Toda cirurgia plástica necessita de atenção especial não apenas nas primeiras horas do pós-operatório, mas também durante o período de cicatrização. Nosso planejamento cirúrgico visa o melhor resultado no menor tempo. É possível acelerar a recuperação e manter os resultados planejados? Sim! Uma das maneiras de fazer isso é através da utilização da câmara hiperbárica. Esta terapia oferece oportunidades de tratamento e melhoria da qualidade de vida para as(os) pacientes.
O que é a câmara hiperbárica?
A câmara hiperbárica é um equipamento que permite um ambiente pressurizado quando está em funcionamento. Ou seja, ela produz uma pressão superior à normal em seu interior, simulando as condições encontradas em profundidades submarinas. O equipamento é construído em aço e/ou acrílico e tem o formato cilíndrico normalmente. Tal qual, a câmara hiperbárica é projetada para uso individual ou coletivo. Deve ser supervisionada por profissionais especializados em clínicas e ambientes médicos adequados.
O uso da câmara hiperbárica é muito comum no tratamento conhecido como oxigenoterapia hiperbárica (OHB). Assim, seu objetivo é aumentar em até 20 vezes a quantidade de oxigênio transportado na corrente sanguínea. A(O) paciente é submetida(o) a uma pressão até 3 vezes maior que a pressão atmosférica e é exposta(o) a uma concentração de oxigênio de 100%. A concentração de oxigênio encontrada na atmosfera ao nível do mar é de 21%, só para se ter uma ideia.
Frequentemente, a terapia é indicada para tratar várias demandas terapêuticas relacionadas à cicatrização. Ela melhora a circulação sanguínea em áreas comprometidas e estimula a produção de colágeno. Como resultado, a oxigenação amplificada no ambiente pressurizado de uma câmera hiperbárica estimula e acelera processos de reparação e regeneração dos tecidos que estão sob estresse circulatório ou infeccioso. Feridas cirúrgicas, úlceras diabéticas, infecções e queimaduras respondem muito bem ao tratamento.
Entretanto, há outras indicações também. Entre elas estão as vasculites agudas, anemia aguda, escaras de decúbito, deiscências (suturas que se abrem) e osteomielite (infecção do osso). Bem como, celulites, lesão por esmagamento, reimplante de extremidade amputada, acidentes de mergulhos, intoxicações respiratórias, entre outras.
A ozonioterapia é um outro tratamento complementar que pode ser indicado também.
Indicação na cirurgia plástica
A câmara hiperbárica emerge como um recurso importante no pós-operatório da cirurgia plástica. Aliás, seus benefícios atendem exatamente o que planejamos e esperamos em um pós-operatório bem-sucedido. Principalmente, porque proporciona aceleração na recuperação, reduz inchaços e hematomas, minimiza os riscos de infecções, tem efeito anti-inflamatório e melhora a função imunológica. Do mesmo modo, a terapia melhora a circulação sanguínea, ajuda a eliminar as toxinas, minimiza as dores e potencializa a ação de alguns antibióticos.
A indicação do equipamento na cirurgia plástica é relativamente recente. Sobretudo, a terapia começou a ser utilizada em pacientes de cirurgias reparadoras de uso de retalhos ou enxertos cutâneos. A oxigenoterapia hiperbárica passou a ser adotada no pós-operatório de cirurgias plásticas unicamente com finalidade estética logo após o alto índice de sucesso nas cirurgias reparadoras.
Por exemplo, a OHB tem papel importante nas abdominoplastias, lipos e mamoplastias de aumento com risco de isquemia e sofrimento tecidual da cicatriz cirúrgica. Ou seja, a terapia pode ser utilizada para reduzir ou interromper o processo de morte celular. Deve ser iniciada o mais rápido possível. Pode, também, ser indicada de maneira profilática em pacientes de risco aumentado, como diabéticos, fumantes e com síndromes vasculares. Todavia, a câmara hiperbárica é recomendada às pessoas saudáveis que desejam diminuir os riscos de complicações e acelerar a recuperação.
O tratamento com câmara hiperbárica tem caráter complementar. Deve ser realizado em conjunto com todas as outras medidas cirúrgicas e medicamentosas.
Número de sessões
O número de sessões depende de cada paciente e da cirurgia, mas a média é de 10 sessões diárias de 60 a 90 minutos cada. Elas iniciam no pós-operatório imediato. Frequentemente, o tratamento é bem tolerado e sem dor. A OHB pode ter cobertura pelos planos de saúde, mas estes devem ser consultados previamente.
Contraindicações da câmara hiperbárica?
O uso da câmara hiperbárica no pós-cirúrgico não altera o resultado planejado, esteticamente falando. O equipamento diminui o tempo do resultado, além de outros efeitos naturais de uma cirurgia plástica. Então, contraindicamos para quem tem claustrofobia. Certamente, a câmara é bastante desconfortável para as pessoas que têm fobia de permanecer em ambientes fechados ou com pouca circulação de ar. Assim também, não indicamos àquelas que têm problemas de pressão nos ouvidos e nem as diagnosticadas com sinusite ou otite.
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